Se tem uma coisa que me impressionou aqui foram as Malvinas. Na avenida argentina tem um enorme galpão com centenas de lojinhas...quase tudo de coisas roubadas! O lugar é conhecido por todos os Limenhos, gente que foi roubada, policiais, deputados, rateros (trombadinhas) e gente que quer ter acesso às "maravilhas modernas" por um preço bem em conta.
Tem cerca de 8 corredores x 4. A planta baixa não é exatamente retangular, é como um trapézio reto (um dos lados não paralelo ao oposto forma 90 graus com os dois paralelos). Cada um dos 8 corredores deve ter quase 100 metros de extensão com lojinhas dos dois lados com desde 1,5m à 4m de extensão, dependendo do que vende.
Há lojas só itens eletronicos (em maioria mp3, mp4 e cameras fotograficas); de vestuário (estes aparentemente novos, com exceção dos tenis); de equipamentos de camping como barracas, sacos de dormir e mochilas cargueiras (provavelmente roubadas de turistas que tiveram a viagem zuada); de ferramentas, usadas e roubadas. A de ferramentes me lembrou as linguiças no açougue: usar o resto, ou seja, roubaram uma casa, levaram umas ferramentas e tem que vender...
A priori me surprendeu a institucionalidade da parada, tinha agente da polícia nacional do lado de fora (aqui não é uma república federativa, então não tem polícia estadual) e enquanto voce estava vendo uma coisa aparecia um ladrão com uma par de coisas na mão, recém roubadas, negociando a venda com o dono da loja. Depois lembrei do Brasil e tudo me pareceu tranquilo. E na verdade não há nada o que fazer. O roubo é uma atividade inerente ao capitalismo, a começar pela mais-valia, cujo montante supera qualquer outro roubo, mas esse não tem problema nos "países livres".
As pessoas são bombardeadas todo o tempo pela felicidade que pode ser comprada, pelo LG (life is good quando voce tem um super celular). Pensar que num país onde menos de 15% da população economicamente ativa está empregada e formalmente empregada não haverá quem roube e quem compre o que foi roubado é uma doce e infantil ilusão. Alguns moralistas tem tal ilusão, pena que como solução sugerem o uso da polícia, bem ao estilo veja. Aumentar salários, distribuir renda, fazer reforma agrária, planejamento familiar nada. E isso para trabalhar dentro da ordem vigente, porque os moralistas não conseguem enxergar outra.
Isso ae, se o estado não faz o povo faz. Sei como é ser roubado, fui roubado em Quito, e sei que não é legal, não foi o melhor evento da minha vida. Mas não tenho dúvida que é um mecanismo de distribuição de renda junto com a pirataria, contrabando e todas essas coisas que não agrada o sistema, mas que não pode ficar sem. Na real há coisas que desagradam uma parte dos donos do mundo, mas convém à outras. Como a pirataria, odiada pelas gravadoras, mas adorada pelas fabricantes de cds virgens. E há outras que se fingem que desagradam, mas todos adoram, como as drogas: adoradas o pelos fabricantes de armas; pelos bancos yankees que são os que mais ganham com a lavagem de dinheiro; pelo governo de tal país que tem um motivo para implantar bases militares nas suas colônias sem que a área plantada de coca reduza um hectare (ver plan colombia); no caso da colômbia a Dyn Corp. manda saludos también!
Ah, esqueci de dizer, comprei minha camera aí, sem remorso.
Tem cerca de 8 corredores x 4. A planta baixa não é exatamente retangular, é como um trapézio reto (um dos lados não paralelo ao oposto forma 90 graus com os dois paralelos). Cada um dos 8 corredores deve ter quase 100 metros de extensão com lojinhas dos dois lados com desde 1,5m à 4m de extensão, dependendo do que vende.
Há lojas só itens eletronicos (em maioria mp3, mp4 e cameras fotograficas); de vestuário (estes aparentemente novos, com exceção dos tenis); de equipamentos de camping como barracas, sacos de dormir e mochilas cargueiras (provavelmente roubadas de turistas que tiveram a viagem zuada); de ferramentas, usadas e roubadas. A de ferramentes me lembrou as linguiças no açougue: usar o resto, ou seja, roubaram uma casa, levaram umas ferramentas e tem que vender...
A priori me surprendeu a institucionalidade da parada, tinha agente da polícia nacional do lado de fora (aqui não é uma república federativa, então não tem polícia estadual) e enquanto voce estava vendo uma coisa aparecia um ladrão com uma par de coisas na mão, recém roubadas, negociando a venda com o dono da loja. Depois lembrei do Brasil e tudo me pareceu tranquilo. E na verdade não há nada o que fazer. O roubo é uma atividade inerente ao capitalismo, a começar pela mais-valia, cujo montante supera qualquer outro roubo, mas esse não tem problema nos "países livres".
As pessoas são bombardeadas todo o tempo pela felicidade que pode ser comprada, pelo LG (life is good quando voce tem um super celular). Pensar que num país onde menos de 15% da população economicamente ativa está empregada e formalmente empregada não haverá quem roube e quem compre o que foi roubado é uma doce e infantil ilusão. Alguns moralistas tem tal ilusão, pena que como solução sugerem o uso da polícia, bem ao estilo veja. Aumentar salários, distribuir renda, fazer reforma agrária, planejamento familiar nada. E isso para trabalhar dentro da ordem vigente, porque os moralistas não conseguem enxergar outra.
Isso ae, se o estado não faz o povo faz. Sei como é ser roubado, fui roubado em Quito, e sei que não é legal, não foi o melhor evento da minha vida. Mas não tenho dúvida que é um mecanismo de distribuição de renda junto com a pirataria, contrabando e todas essas coisas que não agrada o sistema, mas que não pode ficar sem. Na real há coisas que desagradam uma parte dos donos do mundo, mas convém à outras. Como a pirataria, odiada pelas gravadoras, mas adorada pelas fabricantes de cds virgens. E há outras que se fingem que desagradam, mas todos adoram, como as drogas: adoradas o pelos fabricantes de armas; pelos bancos yankees que são os que mais ganham com a lavagem de dinheiro; pelo governo de tal país que tem um motivo para implantar bases militares nas suas colônias sem que a área plantada de coca reduza um hectare (ver plan colombia); no caso da colômbia a Dyn Corp. manda saludos también!
Ah, esqueci de dizer, comprei minha camera aí, sem remorso.