segunda-feira, 21 de abril de 2008

Brasil, meu brasil brasileiro

Este fim de semana não escrevi pois tive um fim de semana bem agitado. E, sem apelos nacionazistas, mas o Brasil é demais!
Sexta-feira fui ao bar com intercambistas e peruanos fazer revolução.
No sábado fui a praia com Ida (Noruega) e Aino(Finlândia). Duas hora daqui porque as praias de Lima são bem feias e um pouco sujas. Chegamos lá e não é que era bonito, pelo contrário: as praias brasileiras são indiscutivelmente 200 vezes mais bonitas (e mais quentes). Mas para quem nada nos fiordes tá tudo maravilhoso! Comemos um delicioso prato com mariscos fritos, cebola, choclo (graos de milho gigantes), juca (mandioca) frita por deliciosos 10 sóis. Depois descobrimos que não havia água na cidade e que isso é normal...fiquei imaginando como cozinham, mas por enquanto meu intestino está normal como quem passa pelo desafio Activia com dan regularis (seja lá o que for isso).
Foi bastante divertido ver que para as duas era uma grande experiência antropológica ver os pescadores chegando nos seus barquinhos depois de dias no mar e que isso não tem nada de romântico como a música homônima de bossa nova. Também não foi nada impressionante ver como os artesanatos para gringos são tão parecidos como os brasileiros e como me vinham oferecê-los como se fosse um europeu que nunca vira uma concha. Mais uma vez fui muito bem recebido quando disse ser brasileiro e as meninas também quando viam seus olhos azuis. É impressionante como os peruanos se desvalorizam e prevalece o padrão europeu, bastante raro aqui. Depois não entendem quando Chavez não renovou a concessão da RCTV.
Voltamos no mesmo dia pelo módico preço de 10 sóis. Aqui é barato porque o lance é fazer com que o busão nunca esteja vazio, ele pára em toda cidadezinha e na estrada para recolher gente quando tem espaço vazio. E tem muito busão! Do povoado onde estávamos até Lima tinha ônibus de 15 em 15 minutos.
De volta ao meu fim de semana e à Lima, fui na festa do irmão da Madu, na casa do seu pai (seus pais são separados). Comemos um churrasco de linguiça e tomamos muito chopp de graça. Dançamos salsa e dança das cadeiras com o pai da madu e fizemos trenzinho. O pai dela é um grande sarro e um grande admirador da música e do cinema brasileiro. Nada que ver com a oração anterior, mas ali mais uma vez constatei que a quantidade de traços indígenas no rosto é indiretamente proporcional ao tamanho da conta bancária (ou do tamanho que querem aparenta ser).
Por fim domingo. Almoçamos eu, Gustavo, Ida e Bernardo (argentino) no festival de comida peruana que tem todo fim de semana perto de casa. Comida muy rica por não mais de 15 soles (uns 10 reais), comida que no Brasil não sairia por menos de 30 reais. Depois voltamos para casa fazer um bolo de cenoura e intercambiar música dos diversos países presentes. E a conclusão é que a música brasileira é do caralho! A maioria das coisas que me apresentavam era um rock, um ska ou um punk da argentina ou do peru ou da noruega, enquanto isso, para cada banda que eles tinham para mostrar a gente tinha um estilo de música! O Bernardo é apaixonado por chico e gil, para ele estão entre os cinco melhores músicos do mundo. E não é só a variedade de tipos, mas de temas de letras e de misturas entre estes tipos, estes temas, entre os instrumentos...para dar um exemplo: ficaram encantados com o violão do baden imitando um berimbau, com a percussão da banda de pífanos e por aí vai...
Durante nosso encontro eu ensinei umas coisinhas de teoria musical para Marco, um peruano bem gente fina que faz música na raça, ele tem umas várias composições, simples, mas são músicas próprias sem nem saber quais são as notas das cordas soltas! Mais uma vez me convenci que gosto de ensinar coisas para os outros, mesmo que as saiba mais ou menos.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Isso ae, policial também é humano e proletário

Hoje eu vi uma das melhores cenas da minha vida: um policial aqui de Lima calmamente escolhendo e comprando dvds numa banquinha de piratas para assistir na calma do lar...isso ae, viva a redistribuiçao de renda!
PS: agora eu entendo os celulares com câmeras

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Sanguíche com batatas

Haha, nao pude resistir! Vamos comer um SANGUÍCHE?Ou vamos comer umas batatas? Qual delas? (da direita para esquerda: batata perricholi, batata peruanita, batata huayro, empregado do supermercado, batata amarilla e batata canchan...tinha mais)
Ou comer um milhozinho?

Claro que eu tive que passar por gringo para fazer esta postagem!

Atualidades e urbanizaçao limenha


Atualizando para quem possa interessar. Esses dias compramos uma mesa por 70 sóis, 35 para cada e conseguimos, mudando a disposição do quarto, fazer cabê-la. Como na mesa cabem os dois agora nos segregamos no quarto e estamos nerds. O Gustavo estudando para escrever o seu projeto de mestrado e eu para minha iniciação.
Esses dias, depois de quase um mes com o ceu cinza tem feito um céu azul. Outra novidade é que ontem eu via a praia limenha pela primeira vez, de noite.
Também passamos na frente do restaurante dos gringos, onde se vendem vinhos de 4000 sóis e também onde o irmão da Madu trabalha 12 horas por dia, 6 vezes por semana e ganha 500 sóis, com as gorjetas não passa de 700. Exploração a parte fomos num distrito chamado Barranco onde descobrimos a mina de ouro...é cheio de bar. Fomos nos encontrar com a Ida, norueguesa que está fazendo intercâmbio na San Marcos, e seus amigos/as. Duas amigas que encontrou enquanto estava na Venezuela e três peruanos que foram seus professores de surf por um dia. Realmente o pessoal adora brasileiros. Também cheguei a conclusão de que os europeus tem uma visão romantizada da América Latina. E os que vem aqui passar um pouco mais de tempo que o necessário para visitar machu picchu se dizem socialistas. Eu fico imaginando como é ser socialista num país que a taxa de desemprego não passa de dois porcento e está entre os 5 melhores IDHs...nao deve rolar muito movimento social por lá.
Novidades contadas vou postar umas fotos e escrever um pouco, se o sono me deixar, de algumas peculiaridades da urbanizaçao de Lima.
A urbanizaçao em Lima é algo um pouco distinto do que estamos acostumados. A cidade é bem plana, isto é, tem pouquíssimos prédios e os que existem nao costumam passar de 10 andares. Nao consegui alguém que me dê um motivo razoável para isso, creio que é pelos terremotos. O que se sabe é que isso deixa a cidade maior em área para comportar o mesmo tanto que gente que uma cidade vertical como São Paulo necessitaria. Abaixo umas fotos (repare nas casas coladas, em quase todo lugar é assim, incluso em Miraflores, sao Isidro que sao bairros de bacana, mas nao tanto como os bacana mais isolados onde as casas tem piscinas e seguranças privados)

Abaixo um prédio grande

Outra coisa interessante é que aqui as calçada são maiores, as vezes com jardins ao lado de onde os pedestres andam. Pelo que eu vi até agora os jardins sao um peculiaridade dos bairros mais ricos, mas as calçadas grandes nao. A primeira pessoa em que pensei foi a Natalie e a primeira coisa foi um ciclovia. Mas nao adianta, aqui os carros mandam mesmo.
O trânsito aqui é selvagem principalmente por causa das combis e dos taxis. Analisando de forma simples temos que para melhorar seria preciso que os caras das combis ganhassem salário fixo e descente e que os taxis tirassem mais nas corridas. No primeiro caso ia mexer no bolso dos patrões, ou seja, deixa a ciclovia para lá; no segundo caso as pessoas precisariam ganhar mais para que o preço cobrado pelo taxista seja pagável, o que nos leva para o primeiro caso...vivam os jardins.
O que rola aqui também é que raramente existe uma faixa de estacionamento como existe no Brasil, nesse caso os carros estacionam na calçada mesmo.

Há outras diferenças quanto ao aproveitamento do espaço, aqui existem muitas pracinhas, aqui perto de casa tem uma a uns 20 metros, outras duas a uns quatro quarteiroes cada uma. E na frente de cada subprefeitura também tem uma, que em geral é maior do que estas perto de casa. No entanto me parece que o resquício da ditadura é forte, assim como o medo de assalto. As praças estao vazias.

Por fim o asfalto, que aqui nao é asfalto, mas nao tenho foto, providenciarei um. Aqui a rua é feita de cimentao mesmo com uns baita duns ferros para sustentar, ligar e nivelar um trecho da rua a outro (dado que eles vao encaixando blocos e deixando um espaço para dilataçao). Me parece bem mais inteleginte visto que dura bem mais. Mas no Brasil a economia nao pode parar, né! E os prefeitos geralmente sao amigos dos donos de construtoras, né!
Bom, apesar da dita urbanização o capital tem que se expandir, isso não é novidade para ninguém e, como diz o Thiago sobre o aproveitamento espacial: "vamo usa os 'eme' tres (metros cúbicos)". Pois é, agora é bem comum se ver isso:

domingo, 13 de abril de 2008

Era uma vez uma cerveja

Estou com um pouco de preguiça de escrever afinal é domingo, dia de jiboiar, como diz o ratão. Então vou tentar ser sucinto e falar um pouquinho como uma cerveja pode render história.
Outro dia, enquanto consultava uns livros vi uma garota que claramente não era peruana. Quando tentava resolver meus problemas na secretaria da biblioteca central ela se aproximou para tentar resolver os seus...é, ela nao é peruana. Logo ouvi o "lo" exercendo a função de artigo definido numa tentativa frustrada de falar espanhol. Pensei "brasileira, claro!", mas perguntei para checar.
Nacionalidade confirmada passamos um longo tempo co
nversando e dando risadas. Dentre as histórias que ela me contou estava:
Chego eu num bar, com uma puta vontade de tomar uma cerveja, peço uma mentalizando uma cerveja peruana e pá, vejam o que lhe serviram! (reparem no volume!)

Sexta-feira fui numa mesa sobre movimentos populares e universidade. Aquelas mesas bem movimento estudantil com análises de conjuntura bem superficiais, feitas individualmente, gente fazendo exposições prolongadas nos espaços de perguntas para mostrar como ele é um bom estudante de ciencias sociais (exalando dogmatismo) e por aí vai. Me valeu para saber que aqui, como ai, estas coisas tambem nao valem a penas a nao ser para saber como as lideranças estao pensando. E daí dá para saber quanto mais as bases vao continuar se fudendo. Bom, fora o uso bem genérico e desapropriado de termos como "povo", "movimentos sociais", "classe baixa", "classe média" para uma análise "classista"; o uso e reuso de argumentos de autoridade para uma análise marxista também fez coro com aqueles que fazem a análise simplista de um país como agente de exploraçao de uma classe e pôs o foco unicamente nos estados unidos. Acho que ir a um bar colocaria por terra tal argumentaçao (vide foto acima).


domingo, 6 de abril de 2008

Revista Caras e Fujimori

Sexta-feira estive pela primeira vez na Plaza de Armas aqui de Lima. A praça é linda, ampla, com uma bela fonte e lindas construçoes da época colonial. Nos seus arredores estao boulervars muito agradéis onde se pode caminhar, posar para um retrato, comer e comprar um celular. Sim é linda e parece que estamos em qualquer praça européia, sem exagero nenhum. Como tudo que é bonito e turístico aqui também é artificial: passeios em carroça em cavalos brancos para gringos; ausência de mendigos (provavelmente deve rolar operaçao Kassab -limpeza social- 24hrs por dia); segurança; artefatos da "cultura peruana" e por aí vai.
Tenho uma ou duas fotos de lá, porque estivemos num passeio rápido que a Universidade de San Marcos organizou para os intercambistas, o motivo principal era visitar a casona de San Marcos, a Plaza estava no caminho. Postarei fotos depois, quero agrupá-las junto com outras que tirarei. Quero mostra-lhes os portoes do palácio presidencial (que também fica na tal Plaza), que junto com dois caveiroes (carro blindado usado no Rio para invadir favelas e deixar corpos no chao) e muitos guardas com suas Ak-47 exalam um incrível clima de democracia.
Fui na referida Plaza também no sábado quando ia a um festival de música que relembrava os 16 anos do auto-golpe de Fujimori, quando este dissolveu o congresso. Comentário do festival depois. Passei na Plaza sem saber que ia passar por lá, nossa amiga Madu, dona da casa donde vivemos foi conosco e como peruana acabou nos guiando. Havia uma multidao, mas dado o decreto 982 e o fato que nao tinha ninguém morto no chao duvidei que fosse alguma manifestaçao reivindicatória. Policiais por toda parte, repórteres, gente bonita, bem vestida bem protegida pelos policiais da possível fúria de algum "louco" e do cheiro do povo. Enfim, descobri um provincianismo alucinado aqui no Peru. Era o casamento de um tenor que dizem que é o maior candidato à sucessao de Pavarotti. Pois é, policiais fazendo papel de segurança particular, vias públicas obstruídas, presidente na cerimônia e a Plaza cheia.
Enquanto isso no parque da Muralla o festival para relembrar o tal do auto-golpe, bater no fujimori e curtir música...vazio. Para uma cidade de 8 milhoes de habitantes ter cerca de 5 mil pessoas num festival deste, onde tocaram bandas famosas do Peru e de graça me pareceu loucura aquela situçao. A parte os vídeos bem conciliatórios que passavam nos intervalos das bandas e a última banda que me parecia bem tosca, com uma bailarina balançando os peitos como as nossas de axé, o festival foi bom, música boa e variada e bem organizado.
Fiquei de falar da mídia peruana, o pouco que conheci, mas que imagino seja tudo igual. Nao falei, mas é que este fato me fez relembrar as prateleira na beira dos caixas, que como no Brasil só tem Caras e cia, e ilustrar o papel decisivo que elas tem na sociedade. A ilusao de que vamos ser uma Europa é bem forte aqui, para nao falar na ilusao da possibilidade de ascensao social, individual e irreal.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Mais sobre as vans

Hoje bati a cabeça de novo por causa das vans, literamente e figurativamente.
O Joao levantou um ponto que nem me passou pela cabeça: o passe para idosos e para estudantes. Com a nao institucionalizaçao das coisas por lei as empresas cobram o que querem quando querem.
Depois descobri que fossa é mais funda e mais fedida. Aqui nao existe lei que obriga a passagem gratuita para os idosos e meio passe para estudantes. E voce pode ser morto numa boa manifestando contra isso! (ver trecho do decreto 982 dois posts abaixo)
Fazendo perguntas sobre as vans descobri que o motorista e o "cobrador" nao recebem salário fixo e sim comissao sobre o que ganharam no dia, agora entendi a procupaçao em conseguir mais passageiros, em parar em todo canto, em ser rápido na subida e na descida. Selvagem o capitalismo aqui hein! Nao deixam valer a lógica de foda-se o patrao.

Estigmas brasileiro

-Alemàn?
-No, brasileño
-Ah sì, futbol, Pelè, Ronaldinho!

Nao adianta, aqui eu sou europeu e brasileiro è sinônimo de futebol. O primeiro fato me surpreende um pouco, o segundo nao.
Durante a viagem percebi duas visoes predominantes do Brasil, a dos gringos, a qual se divide entre os que foram e os que nao foram para o Brasil e a visao dos peruanos que em geral tambèm se divide em duas: a dos universitàrios e a dos nao universitàrios.
Os gringos que foram ao Brasil voltam falando maravilhas da feijoada, da caipirinha, da àgua de coco, das havaianas, das mulheres, do cristo redentor e nada muito mais do que isso. Os que nao foram querem saber que lugares visitar se entram pelas cataratas ou o se entram pela amazônia, mas a impressao geral è que vao a um paìs em plena guerra civil sangrenta e tem certeza que tem que ir ao rio de janeiro, poucas opinioes divergentes e pouca novidade para nós. Vamos aos peruanos.
Creio nao ter vivido o suficiente para falar do que os peruanos pensam do Brasil, mas em geral nao têm nenhuma grande opiniao, è como perguntar a um brasileiro o que pensa do Peru...mal sabe qual è a capital do paìs, quem o diga o presidente. A alienaçao é tao forte aqui quanto aì, no pròximo post acho que vai uma breve impressao da tv. Bom, mas temos alguns estigmas que sao basicamente culturais e acreditem, nao è o samba, nem a bossa, nem mesmo as novelas (muito populares aqui), mas o axé! Eu jamais esperaria que as pessoas daqui tinham sido criadas ouvindo o cumpadi Washington cantar e vendo a Carla Perez dançar! Como a indùstria fonogràfica é como qualquer outra e a alienaçao nao pára e muito menos a cultura machista, aqui o funk enterrou o axé.
Dentro do cìrculo universitário a situaçao é mais "cult" (com os mesmos "oclinhos" de borda grossa). As pessoas conhecem, além das novelas, do futebol e do axè, o samba e a bossa, dificilmente o choro. Mas pouco sabem sobre a situaçao política e social do Brasil, sobre isso alguns episódios:
Hoje um aluno de segundo ano de engenharía me perguntou porque eu vim para o Peru já que no Brasil se investe muito mais no ensino superior. Também existe a ilusao de que este investimento é extendido à educaçao como um todo. Realmente, conheço as instalaçoes de poucas universidades no Brasil, mas em todas essas as instalaçoes e os recursos me pareciam melhor que aqui, ou seja, "us cara" tao na merda.
Outra impressao "má o meno" comum é de que o Lula oferece "avanços" sociais ao Brasil, seja lá o que isso signifique. Foi aí que entendi (ou pensei que) a tal "polìtica externa mais progressista" do Lula em relaçao ao FHC. Por exemplo o posicionamento do Itamaraty em relaçao a invasao do territòrio Equatoriano pela Colômbia, que foi de condenar ao invés de ficar na moita e dizer que algo deve ser feito para combater o "narcotráfico". Na realidade nao tenho muitos dados para defender tal tese, mas me parece um mecanismo para criar a ilusao de melhor com Lula e que ele é um líder a seguir, afinal ter origem proletária nao quer dizer que nao pode fazer umas reforminhas aqui, uma privatizaçaozinha alí...
Enfim, é apenas um impressao. Nao tive oportunidade de conhecer um nao universitário que nao conhecesse o Brasil através do Real Madri ou do Inter de Milao. Mas uma coisa é certa: o tratamento muda quando ficam sabendo que é brasileiro, sao muito mais receptivos que com os gringos...e todos pensam que também somos.

Takeopariu!

Dêem uma olhada no seguinte decreto abaixo, ele nao està inteiro, mas è o modelo PSDB de governança e combate ao crime; porrada!
Repara que na modificaçao do artigo 29 ele DECRETA a prisao perpètua e na anterior a de morte!

PODER EJECUTIVO
DECRETOS LEGISLATIVOS
DECRETO LEGISLATIVO
N° 982
EL PRESIDENTE DE LA REPÚBLICA
POR CUANTO:
El Congreso de la República por Ley Nº 29009, ha delegado
en el Poder Ejecutivo la facultad de legislar en materia de tráfi co
ilícito de drogas, lavado de activos, terrorismo, secuestro,
extorsión, trata de personas, crimen organizado y pandillaje
pernicioso, por un plazo de 60 días hábiles; y, en el marco
de la delegación legislativa, el Poder Ejecutivo está facultado
para establecer una estrategia integral dirigida a combatir con
mayor efi cacia el crimen organizado en general y, en especial
los delitos mencionados;
Con el voto aprobatorio del Consejo de Ministros; y,
Con cargo a dar cuenta al Congreso de la República;
Ha dado el Decreto Legislativo siguiente:
DECRETO LEGISLATIVO QUE MODIFICA
EL CÓDIGO PENAL, APROBADO POR
DECRETO LEGISLATIVO Nº 635
ARTÍCULO 1°.- Modifícase los artículos 2°, 20º,
29°, 46°-A, 57°, 102° y 105º del Libro Primero (Parte
General) del Código Penal, aprobado mediante Decreto
Legislativo N° 635, en los términos siguientes:
“Artículo 2º.- Principio de Extraterritorialidad,
Principio Real o de Defensa y Principio de Personalidad
Activa y Pasiva
La Ley Penal peruana se aplica a todo delito cometido
en el extranjero, cuando:
1. El agente es funcionario o servidor público en
desempeño de su cargo;
2. Atenta contra la seguridad o la tranquilidad pública
o se traten de conductas tipifi cadas como lavado de
activos, siempre que produzcan sus efectos en el
territorio de la República;
3. Agravia al Estado y la defensa nacional; a los
Poderes del Estado y el orden constitucional o al
orden monetario;
4. Es perpetrado contra peruano o por peruano y el delito
esté previsto como susceptible de extradición según
la Ley peruana, siempre que sea punible también en
el Estado en que se cometió y el agente ingresa de
cualquier manera al territorio de la República;
5. El Perú está obligado a reprimir conforme a tratados
internacionales.”
“Artículo 20º.- Inimputabilidad
Está exento de responsabilidad penal:
(...)
11. El personal de las Fuerzas Armadas y de la Policía
Nacional, que en el cumplimiento de su deber y en
uso de sus armas en forma reglamentaria, cause
lesiones o muerte”:
“Artículo 29º.- Duración de la pena privativa de
libertad
La pena privativa de libertad puede ser temporal o de
cadena perpetua. En el primer caso, tendrá una duración
mínima de dos días y una máxima de treinta y cinco
años”.