segunda-feira, 14 de abril de 2008

Atualidades e urbanizaçao limenha


Atualizando para quem possa interessar. Esses dias compramos uma mesa por 70 sóis, 35 para cada e conseguimos, mudando a disposição do quarto, fazer cabê-la. Como na mesa cabem os dois agora nos segregamos no quarto e estamos nerds. O Gustavo estudando para escrever o seu projeto de mestrado e eu para minha iniciação.
Esses dias, depois de quase um mes com o ceu cinza tem feito um céu azul. Outra novidade é que ontem eu via a praia limenha pela primeira vez, de noite.
Também passamos na frente do restaurante dos gringos, onde se vendem vinhos de 4000 sóis e também onde o irmão da Madu trabalha 12 horas por dia, 6 vezes por semana e ganha 500 sóis, com as gorjetas não passa de 700. Exploração a parte fomos num distrito chamado Barranco onde descobrimos a mina de ouro...é cheio de bar. Fomos nos encontrar com a Ida, norueguesa que está fazendo intercâmbio na San Marcos, e seus amigos/as. Duas amigas que encontrou enquanto estava na Venezuela e três peruanos que foram seus professores de surf por um dia. Realmente o pessoal adora brasileiros. Também cheguei a conclusão de que os europeus tem uma visão romantizada da América Latina. E os que vem aqui passar um pouco mais de tempo que o necessário para visitar machu picchu se dizem socialistas. Eu fico imaginando como é ser socialista num país que a taxa de desemprego não passa de dois porcento e está entre os 5 melhores IDHs...nao deve rolar muito movimento social por lá.
Novidades contadas vou postar umas fotos e escrever um pouco, se o sono me deixar, de algumas peculiaridades da urbanizaçao de Lima.
A urbanizaçao em Lima é algo um pouco distinto do que estamos acostumados. A cidade é bem plana, isto é, tem pouquíssimos prédios e os que existem nao costumam passar de 10 andares. Nao consegui alguém que me dê um motivo razoável para isso, creio que é pelos terremotos. O que se sabe é que isso deixa a cidade maior em área para comportar o mesmo tanto que gente que uma cidade vertical como São Paulo necessitaria. Abaixo umas fotos (repare nas casas coladas, em quase todo lugar é assim, incluso em Miraflores, sao Isidro que sao bairros de bacana, mas nao tanto como os bacana mais isolados onde as casas tem piscinas e seguranças privados)

Abaixo um prédio grande

Outra coisa interessante é que aqui as calçada são maiores, as vezes com jardins ao lado de onde os pedestres andam. Pelo que eu vi até agora os jardins sao um peculiaridade dos bairros mais ricos, mas as calçadas grandes nao. A primeira pessoa em que pensei foi a Natalie e a primeira coisa foi um ciclovia. Mas nao adianta, aqui os carros mandam mesmo.
O trânsito aqui é selvagem principalmente por causa das combis e dos taxis. Analisando de forma simples temos que para melhorar seria preciso que os caras das combis ganhassem salário fixo e descente e que os taxis tirassem mais nas corridas. No primeiro caso ia mexer no bolso dos patrões, ou seja, deixa a ciclovia para lá; no segundo caso as pessoas precisariam ganhar mais para que o preço cobrado pelo taxista seja pagável, o que nos leva para o primeiro caso...vivam os jardins.
O que rola aqui também é que raramente existe uma faixa de estacionamento como existe no Brasil, nesse caso os carros estacionam na calçada mesmo.

Há outras diferenças quanto ao aproveitamento do espaço, aqui existem muitas pracinhas, aqui perto de casa tem uma a uns 20 metros, outras duas a uns quatro quarteiroes cada uma. E na frente de cada subprefeitura também tem uma, que em geral é maior do que estas perto de casa. No entanto me parece que o resquício da ditadura é forte, assim como o medo de assalto. As praças estao vazias.

Por fim o asfalto, que aqui nao é asfalto, mas nao tenho foto, providenciarei um. Aqui a rua é feita de cimentao mesmo com uns baita duns ferros para sustentar, ligar e nivelar um trecho da rua a outro (dado que eles vao encaixando blocos e deixando um espaço para dilataçao). Me parece bem mais inteleginte visto que dura bem mais. Mas no Brasil a economia nao pode parar, né! E os prefeitos geralmente sao amigos dos donos de construtoras, né!
Bom, apesar da dita urbanização o capital tem que se expandir, isso não é novidade para ninguém e, como diz o Thiago sobre o aproveitamento espacial: "vamo usa os 'eme' tres (metros cúbicos)". Pois é, agora é bem comum se ver isso:

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