terça-feira, 25 de março de 2008

¿Donde está?

Depois de quebrar a seqüência de tìtulos comecando (estou em outro computador, sem cedilha)por artigos definidos masculinos no post passado, vou quebrar a seqüência de relatos limeños.
Durante minha viagem estilo mochileiro europeu-vem-volta-e-que-se-foda-a-americadosul, uma coisa me chamava atencao quando frequentava cidadezinha pequenas: onde està a exploracao capitalista? Digo isso porque via as pessoas com seus pequenos lotes de terra, com suas ovelhinhas, com suas casinhas, pobres e pequenas, mas tinhas casas e terras, a parte isso tinham roupas quentinhas e dinheiro para pagar a locomocao (extremamente barata para os padroes brasileiros); nao pareciam morrer de frio na calcada da paulista.
Foi num albergue que paguei 8 sòis (mais ou menos 5 reais) que fui entender: estava esperando grandes empresas, resorts, marcas e slogans; esses sò se concretizavam com a onipresente deusa coca-cola e marcas que aqui dominam a comunicacao movel, claro e movistar (se diz muvistar). Mas nao, no interior do Peru o capitalismo ainda parece estar com as garras retraìdas. A expropriacao do trabalho ainda è primitiva, muitas vezes familiar, uma sobrinha trabalhando no albergue da tia.
Surge aì uma pergunta ou vàrias perguntas de mesmo teor: com tantos europeus aproveitando os precos e as paisagens, brigando e maltratando as pessoas daqui por causa de 5 sois (1 euro!), como è que ainda nao hà um resort na ilha do sol (lago titicaca), ou passeios de helicòptero no canion do colca?
Na ilha do sol (lado boliviano do lago titicaca) onde, apesar das ruìnas incas, os habitantes sao da etnia aymara tive uma ponta de resposta. Conversando com um guia local, que cuidava das ruìnas do lado sul da ilha por um mes fui entender um pouco. Ele era um professor de història na escola de primeiro grau e assim como todos os habitantes da ilha ele tinha que ficar por um mês, oficialmente licenciado do seu trabalho, para ficar là. Assim como outros guias ele tambèm parecia querer tirar ¨una plata¨ a mais com os turistas, mas assim como os donos de albergues na ilha ele tinha um pertencimento à comunidade e às tradicoes de là, digamos, tinha sua plantacaozinha de quinua e outras plantas nativas nas suas ¨terrazas¨. Tambèm consegui identificar um certo rechaco às companhias de turismo que instalam restaurantes na ilha (poucos sao destas empresas, mas existem) e as companhias que dominavam o transporte de Copacabana à ilha, visto que os locais nao tinham dinheiro para adquirir barcos. Enfim, alì parece haver uma certa uniao da comunidade, assim como em cabanaconde. Nao sei ao certo como se dà nem quais os motivos que levaram a esta ¨unidade¨, mas nao vejo outro outra justificativa para nao haver um condominio estilo laranjeiras (praia proxima a do sono) nestes lugares num perìodo de crise do capital, se alguem souber me diga.
Sendo explorados por uma forte colonizacao europeia fervorosamente catolica hà 500 anos, nao posso esperar que estas comunidades e estes lugares estejam preservadas pela bondade espontânea dos donos do mundo.

Aproveitando que estou falando da viagem vou postar algumas fotos:

Cemiterio Chauchilla em Nazca. Esse cara, Carlos era taxista e nosso guia, alguèm conhece um taxista no Brasil que è guia?

Os povos nazca mumificavam seus mortos e os posicionavam como fetos voltados para o leste, como se fossem nascer de novo voltados para o sol. Tambèm temos fotos das linhas de nazca, de cima de um teco-teco, mas nao quero lembrar destes momentos em que eu e o Gustavo passamos mal. Aliàs me achei uma franga na viagem, tive ensolacao, fiquei uns 4 dias com o intestino solto, labios arrebentados, fora o aviao.


Em Arequipa, no monasterio de Santa Catalina, crucificado, detalhe que quem tirou a foto foi um espanhol que veio aqui pagar a divida de seu pais fazendo trampos comunitarios com doentes de aids em Iquitos, nao sei se resolve...






Jantar por 12 sòis na varanda na principal praca de Arequipa, a Plaza de Armas! Com direito a primeiro, segundo prato e suco! Esse aì na foto è um australiano que estava a um ano viajando, tinha sò mais uma semanas e voltava a trabalhar. Voamos com ele em Nazca, encontramo-o na rua em Arequipa, depois no canion do colca, depois em Chivay no mesmo busao e depois em Arequipa, de novo, quando pegavamos o taxi para ir para Puno.




Triste heranca colonial, tem cruz em todo lugar aqui! O sincretismo religioso aqui è espetacular, ainda mais na semana santa! Bandas marciais tocando, o povo cantando oracoes catolicas e quechua com roupas tipicas daqui.








Como disse, cara com as ovelhinhas em cabanaconde









Quantas papas(batatas)! No Canion do Colca














Condor voando no Canion do Colca, nao è a toa que os gringos nao querem saber mais de nada.












Nascer do sol no titicaca, Puno









Fala sèrio, no meio de uma ilha flutuante no titicaca!













Tomando uma sopinha de quinua no titicaca, fechando com um chà de coca, 4 sòis...










Indo para Bolìvia, repara que nesta van, extremamente utilizada nas redondezas. O pessoal leva tudo em cima, no caso, tinha dois carneiros vivos em cima...repare bem.






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